Machado de Assis e O fazendeiro de Deus

Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. (Ecl.11:4)

"Ao vencedor, as batatas!". Essa é, sem dúvida, a exclamação mais famosa de toda a extensa obra machadiana. Para explicar sua filosofia Humanitas a um amigo, Rubião, protagonista do livro Quincas Borba, faz uma analogia muito interessante. Ele alega que num duelo entre duas tribos famintas que almejam transpor uma montanha para alcançar uma plantação de batatas, uma deverá vencer a outra a fim de perpetuar a espécie. Não pode haver acordo entre elas, pois metade da plantação não seria suficiente para alimentar uma tribo inteira, e logo as duas pereceriam.
Lembrei-me dessa analogia quando assisti o inspirativo filme O fazendeiro de Deus. As batatas representam a sua fé. As tribos conflitantes representam os prós e os contras que surgem em meio a nossa jornada cotidiana, aproximando-nos ou afastando-nos dos nossos objetivos.
O mesmo Deus que operou tantas maravilhas no passado tem operado na contemporaneidade. Nossos olhos espirituais não devem estar fechados. Do mesmo modo, não devemos estar ansiosos por aquilo que há de vir (Mt.6:25). Ele é o nosso Castelo Forte, e só nEle encontramos a paz.

Copa do Mundo 2010 (FINAL)

A Copa da África acabou. A Espanha finalmente fez juz à sua alcunha de "Fúria" ao conquistar o seu primeiro título mundial. A Holanda decepcionou com o tri-vice-campeonato (74-78-10). A Alemanha trouxe uma equipe renovada, mas não conseguiu contradizer as previsões do polvo Paul. Os germânicos tiveram de se contentar com um modesto 3° lugar e com a esperança de ter uma ótima equipe para disputar a próxima copa.
O Uruguai também merece as congratulações. Foi mais longe do que se imaginava ao consegiur o 4°lugar (melhor colocação uruguaia desde o título de 1950) e ter o melhor jogador da Copa, o atacante Diego Fórlan.
Embora alguns discordem, creio que os resultados foram justíssimos e o surgimento de um novo campeão deu uma motivação maior para as próximas edições do torneio. Sem dúvida muita coisa vai acontecer até 2014, e o Brasil vai precisar se adequar bem rápido para não provocar um grande fiasco.
Então, até lá!

A Sociedade dos Monstros

Bruxas, vampiros, lobisomens. Estes e outros seres macabros sempre permearam o imaginário da nossa sociedade trazendo em si a ideia de medo. Mas, parece que as coisas mudaram muito.
Tenho observado o quanto a juventude tem sido bombardeada pela mídia com uma "nova visão" sobre essas criaturas. Filmes como Crepúsculo mostram vampiros-galãs. Harry Potter traz um feiticeiro adolescente lutando contra forças do mal. Hellboy... sem comentários! Nos desenhos temos as bruxinhas Winkys, o garoto Ben que toma a forma de monstros horrendos para defender o planeta (tudo com a supervisão de seu tio) e tantos outros que agora me fogem a memória.
Na análise que faço não quero parecer preconceituoso, pois sei que nem sempre o "belo" é "bom" ou o "feio" é "mal". Quero lembrar, sim, que o vampiro sempre será vampiro. A destruição de outrém em favor de sua própria "sobrevivência" está na sua essência. Os lobisomens também vivem a mesma sina. As bruxas detestam as crianças (vale lembrar o quanto as crianças tem sido vitimadas pela violência que assola a nossa sociedade). E por fim, também vale ressaltar que, segundo as lendas, eles não são o que são por quê optaram ser, e sim por quê foram amaldiçoados.
Será que a exposição de nossas crianças e adolescentes a essa nova visão trará no futuro algum tipo de benefício? Eu acredito que NÃO.

Copa do Mundo 2010 (parte 3)

Eu não poderia terminar o dia de hoje sem fazer minhas primeiras considerações sobre a eliminação da seleção brasileira.
Em meio a tanta euforia, o Brasil entrou em campo achando que poderia "espremer" a Laranja Mecânica. E até que começou bem. No intuito de encher de esperança os entusiasmados corações tupiniquins, o meia Felipe Melo (???), que não muito depois viria a ser expulso de campo, deu um passe "açucarado" para Robinho marcar o primeiro gol da partida.
A alegria tomou conta das ruas. O Brasil estava com um pé na semi-final. Estava...
No retorno para o segundo tempo a Holanda parecia ter-se inspirada no brilhante Carrossel de 1974. O time laranja chamou o Brasil para dançar. Robben e Schineider fizeram as honras do baile.
Chamado de "Carangueijo" devido a sua jogada peculiar (avanço rápido pela direita, corte para o meio e uma potente finalização com a canhota) Robben mostrou que sua lesão no início da Copa foi totalmente sarada e deixou o Brasil a ver navios (ou seriam corsários).
O 2x1(de virada) fez calar as vuvuzelas verde-amarelas. Dunga jogou a toalha. Outros jogadores já anunciaram a aposentadoria.
Na verdade ainda há muito que ser comentado sobre essa melancólica despedida canarinho. Mas, desde já, fica-nos a indagação: não seria este o prenúncio de uma nova (e mais dolorosa) frustração em 2014?